O repique de um berrante Ressoou bem diferente Um barulho de cincerro Eu ouvi tão de repente
Vi poeira de boiada No estradão da minha mente Mas não passou de lembranças De um passado muito ausente Isto já virou saudade Coisas que meu peito sente
Foram tantas comitivas Que cruzaram meu passado Muito arreio e muito laço Muita tropa e muito gado
Muita espora e muita bota Muito lenço empoeirado No retiro da lembrança Hoje eu vivo encostado Isto já virou saudade Que me deixa machucado
Já ouvi som de viola Em um pouso de boiada Também já dancei catira Junto com a peonada
Esse tempo vai bem longe Em distantes madrugadas Me perdi dos companheiros Que ficaram de arribada Isto já virou saudade Da velha companheirada
Da culatra ao ponteiro Só ficou recordação Hoje eu moro na cidade No curral da ingratidão
Sentindo tanta saudade Que machuca o coração Pois foram tantas jornadas Tocando bois pelo estradão Isto já virou saudade Do meu tempo de peão, ai
Compositores: Aparecido Donizeti dos Santos (Donizete), Valdemiro Neres Ferreira (Goiano) ECAD: Obra #198005 Fonograma #1854521