Tio Nico vinha num zaino, cruzando as éguas no passo Empurrando no trompaço, uma a uma contra o vau Se via bem o outro lado, mas o arroio do meio Por São Miguel, tava cheio, atravessando o caudal
O rio crescido nas cheias tem rumor de tropa alçada De fuga, de disparada, de medo e de incerteza Se foram, cortando arroio e se via, de vez por outra Quilina e cola das potra pela flor da correnteza
Fazia mais de semana que descia água das sangas Quando chovia de manga era quase o dia inteiro E as éguas vinham de longe, de uma estância no Aceguá Era hoje pra cruza, pra amanhã ta nos potreiro
Foram quase trinta éguas, entre baias e gateadas Tordilhas e coloradas pegando o nado me roldão Se negavam na saída, bem no barranco de terra Parecia até na guerra, cruzando com pelotão
Tio Nico firmou a espora e meteu o zaino na aguada Pelo meio da cruzada, alçou a perna no basto Se firmando pela cola, deixou o zaino leviano E foi, conforme seu plano, levando adiante no rastro
Na outra margem espraiada, os sarandis pelas pontas Iam fazendo as contas das trinta égua cruzadas E mais um zaino e um campeiro que bem conhece o serviço E a honra do compromisso de uma palavra firmada
Fazia mais de semana que descia água das sangas Quando chovia de manga era quase o dia inteiro E as éguas vinham de longe, de uma estância no Aceguá Era hoje pra cruza, pra amanhã ta nos potreiro
Foram quase trinta éguas, entre baias e gateadas Tordilhas e coloradas pegando o nado me roldão Se negavam na saída, bem no barranco de terra Parecia até na guerra, cruzando com pelotão
Compositores: Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira), Marcelo Oliveira de Oliveira (Marcelo Oliveira) ECAD: Obra #2179568 Fonograma #1193635