Numa calçada de um bairro nobre Com a mesa posta em reflexão Pro alimento do desejo pobre De subordinar em resignação (E eu só queria a refeição) Não ter o ouro misturado ao cobre Pra embargar a mesma proporção O esforço para que o joelho dobre A César o que é de César por imposição " Eu vou cortar Esse cabelo emaranhado Pra que entenda de uma vez Que você não é bem aceito" Fiz o maluco E olhei pro outro lado Questionando " ser freguês Não pode ser o meu direito? " (Deus me proteja do conceito) E refletir Foi um remédio controlado Pra enxergar a lucidez De não agir do mesmo jeito Fiquei com pena Da alma desse coitado Moldado na embriaguez Da construção que deu defeito É que o cabelo No caso era embolado No pavor da insensatez De um pretérito imperfeito Um Benjamim Pra ser o privilegiado Se apoia na rigidez Pelo domínio do sujeito Texto Um peito que controla Se escora na fraqueza É, rapaz! Desde sempre O mundo é dominado Pelos autointitulados superiores Que carregam valores Em uma espécie de casta De um favorecimento que nunca basta E esse grupo é fechado Montado na subserviência Da ignorância Através da manutenção da carência Pra fomentar a ganância Por isso, fique esperto! Por que é de lá que sai o gabarito O errado e o certo A exclusão em negrito O costume calcado de perto O conhecimento restrito A negligência da individualidade do afeto A lei, a ordem e o conflito