Eu nunca pedi bexiga pra patrão nem pra milico Por isso ninguém me obriga a ser pelego ou pinico Não choro por rapariga nem tiro chapéu pra rico E onde a gaita choraminga eu levo a vida no bico
Jamais arrotei grandeza pois fortuna não me encanta Porque a minha riqueza Deus já me deu na garganta Sou mais um que vira a mesa e faz chover quando canta Pois pra pelear com a tristeza a minha voz se levanta
Sou do Rio Grande do Sul e por isso não me calo Por entre o verde e o azul em qualquer parte me instalo E onde não querem que eu cante meu canto vai a cavalo Levando a noite por diante, igual ao canto do galo
Pra galinho ou pra tirano quando a vida se escancara Não saio queimando o pano pra ver a coisa mais clara No sufoco me abano faço soltar as amarras Atazanado o fulano com acorde de guitarra
Por bem eu dou a guaiaca, fico liso sem um pila Porem a ponta de faca ninguém me tira da trilha Afinal não tenho marca, nem herança de família Porque um dia nasci guasca, no lombo dessas coxilhas
Compositores: Brucevaine de Souza Darde (Bruce Vaine de Souza Darde), Pedro Marques Ortaca (Pedro Ortaca) ECAD: Obra #38888 Fonograma #262187