É pela marca que se sabe o dono É pelo berro que se acha a cria, Mas quem tem marca e ainda berra Vive a esmo pelas sesmarias.
Se até o gado busca ser livre Em noites altas pelo vão do arame Porque alguns homens com sabedoria Usam buçal, acatando infames?
Calar a voz e curvar o lombo É viver em vão e não ter consciência Andar na verga é pra boi manso Que por ser bicho cumpre a penitência
Mas se nascemos para sermos livres Porque então aceitar o ajôjo? Maneias e cordas são para animais Que não trazem anseios dentro de seu bojo.
Mudaram-se os tempos, não mudaram àqueles Que insistem na castra da liberdade Consciências arcaicas, carregam museus Que insistem ainda viver de saudade.
Janelas se abrem, ao abrirem-se os olhos Mas para vermos, precisa ambição Querer ser livres, soltar amarras Largar o grito com o coração.
Compositores: Jorge Enio Pinto dos Santos (Jorge Enio) (SOCINPRO), Pedro Marques Ortaca (Pedro Ortaca) (SOCINPRO)Publicado em 2008 (24/Nov) e lançado em 2008 (20/Dez)ECAD verificado obra #101882 e fonograma #1466121 em 28/Out/2024 com dados da UBEM