Rui Veloso
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Fado Pessoano

Rui Veloso


O fado, já diz Fernando Pessoa
Não é canção má nem boa
Não é alegre nem triste
Não é de Coimbra ou Lisboa
É um ser estranho, uma pausa
Que a alma portuguesa deu ao mar
Quando tudo desejava
Sem força para desejar

Toda a canção é um poema ajudado
Que diz o que a alma não tem
E a isso não escapa o fado
Porque é um poema ajudado também

O fado é fadiga duma alma forte
É uma espécie de olhar
Que viu o sorriso da morte
Nos brancos espelhos do mar
É um olhar quase de desprezo
A um Deus que desertou
Quando mais Dele precisava
Quem duvidar nunca ousou

Toda a canção é um poema ajudado
Que diz o que a alma não tem
E a isso não escapa o fado
Porque é um poema ajudado também

No fado todos os Deuses se juntam
A cantar lá nas alturas
Trazidos pelos avós
Na poeira das lonjuras
E esses Deuses estão em nós
Espalham-se pela mesa
Convocados pela voz
E só por acaso soam a tristeza
Compositor: Desconhecido no ECADIntérpretes: Mário Alves, Rui Manuel Gaudencio Veloso (Rui Veloso) (GDA)Publicado em 1995 e lançado em 2014 (24/Jan)ECAD verificado fonograma #6102545 em 29/Out/2024 com dados da UBEM

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