Parava no café quando eu lá estava Na voz tinha o talento dos pedintes Entre um cigarro e outro lá cravava a bica Ao melhor dos seus ouvintes
As mãos e o olhar da mesma cor Cinzenta como a roupa que trazia Num gesto que podia ser de amor sorria E ao partir agradecia
[Refrão] São os loucos de Lisboa Que nos fazem duvidar Que a Terra gira ao contrário E os rios nascem no mar
Um dia numa sala do quarteto Passou um filme lá do hospital Onde o esquecido filmado no gueto entrava Como artista principal
Compramos a entrada p'ra sessão Pra ver tal personagem no écrã O rosto maltratado era a razão de ele Não aparecer pela manhã
[refrão]
Mudamos muita vez de calendário Como o café mudou de freguesia Deixamos de tributo a quem lá Pára um louco A fazer-lhe companhia
E sempre a mesma voz o mesmo olhar De quem não mede os dias que vagueiam Sentado la continua a cravar beijinhos Às meninas que passeiam.
[refrão]
(Jose Pedro Baptista)
Compositor: Rui veloso e Ala dos namoradosPublicado em 2006 e lançado em 2014 (04/Nov)ECAD verificado fonograma #11149551 em 28/Out/2024 com dados da UBEM