São Paulo é uma roseira E a raiz está no interior Se essa raiz secá Roseira não dá mais flor
Eu não sei o que é que tem Essas moças que são fia de fazendeiro Me pergunta se eu não vou casá Tão incomodada por me vê sorteiro
A minha natureza não dá pra deixar De ser livre, ficá prisioneiro Mas se for um amor do meu gosto Não faz mal que eu perca a liberdade Sujeito por vós entro no cativeiro
Tenho sido rapaz de gosto A minha fama corre por eu ser violeiro Nas festança que fazem pros sítio Arrecebo o convite que manda o festeiro
Na hora da minha chegada O pessoár que ali está Tudo eu deixo banzeiro Os casado oiam de lado E já manda as muié pra cuzinha Inté as galinha desce do puleiro
Eu fui numa festa de São João Foi uma rica festa que até me escrevero Arranjei lá uma namorada Nascida em São Paulo, seus pais são mineiro
Na hora que tocou a quadrilha Contente eu fui pra ser um cavalheiro Quando eu ia fazer o tur A morena negava o corpinho E virava na sala iguár um rodero
Eu virei e disse pra ela O teu pai vai pensá que eu sou interesseiro Ele sabe que eu sou rapaz pobre Quer que você case com quem tem dinheiro
Onde vai eu vô bataiár Nem que eu viva no mundo iguár um guerreiro Onde canta o galo índio Vocês pode mesmo acreditá Que o carijó desocupa o terreiro
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Jose Dias Nunes (Tiao Carreiro), Jose David Vieira (J.david Vieira) ECAD: Obra #10710222 Fonograma #265135