Vieira e Vieirinha
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Morte do Boi de Carro

Vieira e Vieirinha


Ai, isto foi acontecido
Na fazenda do Lajeado
Boi de carro foi vendido
Por estar véio e cansado

Venderam ele pro corte
Pra morrer foi condenado
Sina triste teve o boi, ai
Vejam que grande pecado

Ai, o carreiro da fazenda
Era um homem de paciência
Boi de carro ficou veio
E não tinha mais resistência

O feitor desta fazenda
É que deve a inconsciência
Por vender o boi pro corte, ai
Cumprindo a triste sentença

Ai, dava pena pra se vê
Na hora que o boi saiu
Da mangueira da fazenda
Boi de carro despediu

O coitado do carreiro
Com muita razão sentiu
Foi doído e foi penoso, ai
Pra toda a gente que viu

Ai, lá na curva da estrada
Boi de carro inda berrou
Pra dizer o úrtimo adeus
Pro carreiro que ficou

Com as lágrima nos olhos
O carreiro inda falou
Não devia de ser morto, ai
Boi que tanto trabaiou

Ai, boi de carro foi o mestre
Dos carreiro do sertão
Foi ele que deu começo
Da riqueza do patrão

Hoje o coitado morreu
Na mais triste judiação
O trabaio que passou, ai
Pagaram com a ingratidão

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Compositor: Roque José de Almeida e Milton José

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