Salgueiro, Salgueiro O amor que bate no peito da gente Sabiá me ensinou: Sou diferente
Um dia meu irmão de cor Chorou por uma falsa liberdade Kao cabecilê sou de Xangô Punho erguido pela igualdade
Hoje cativeiro é favela De herdeiros sentinelas Da bala que marca, feito chibata Vermelho na pele dos meus heróis Lutaram por nós, contra a mordaça
Ê mãe preta, mãe baiana Desce o morro pra fazer história Me formei na academia Bacharel em harmonia Eis aqui o meu quilombo, escola
Ê galanga ê, ei Zumbi obá Preta aqui virou rainha xica Sou a voz que vem do gueto Resistência no tambor Pilão de preto velho eu sou
No rio batuqueiro Macumba o ano inteiro Não nego meu valor, axé Gingado de malandro Kizomba e capoeira Caxambu e jongo, fé na rezadeira Tempero de iaiá, não tenho mais sinhô E nunca mais sinhá
Sambo pra resistir Semba meus ancestrais Samba pelos carnavais Torrão amado o lugar onde eu nasci O povo me chama assim
Salgueiro, Salgueiro O amor que bate no peito da gente Sabiá me ensinou: Sou diferente