Cada palavra que eu canto é tropa mansa que por diante vai levando o que eu falo. E se a tropa anda lenta e vai com jeito é pra dar folga pra boiada e pros cavalos. A minha tropa de bois mansos, vai tranqüila e obedecem quase sempre o meu comando... Vai bem na frente um ponteiro de alma aberta e lá no fundo um culatreiro vai gritando. Só aparto o que é da tropa do meu jeito a mango, grito, prosa, e bico de bota. Mas tem sempre um aspa torta sem costeio pra dar refugo e estrago na minha tropa. No galpão eu desencilho e tomo um mate a tropa entregue, faço as contas e me calo. Mas tem sempre um maturrengo, basto novo pra judiar e desfazer dos meus cavalos. Chairo a faca pra um churrasco, faca buena. Língua afiada que a falar logo se solta. Para comer as minhas sobras e algum osso sempre junta uma cuscada pela volta. Vou tocando estrada a fora, enquanto posso e pela rédea vou com a vida num floreio. Vejo, há tempos, quanta coisa me atropela mas mesmo assim eu vou bancando ela no freio.
Compositor: Desconhecido no ECADIntérprete: Mauro Sergio Montenegro Moraes (Mauro Moraes) (ABRAMUS)Publicado em 2008 (11/Jun) e lançado em 2008 (01/Jul)ECAD verificado fonograma #1393150 em 15/Abr/2024 com dados da UBEM