Meus olhos se perdem no céu da fronteira Campeando os recuerdos desse meu sonhar Eu sinto a tristeza rolar pelo rosto E o frio de um agosto que teima em calar
Cresci nesse embalo menino fronteiro Um pouco daqui outro pouco de lá Montando a cavalo sem cor de bandeira Sem rumo ou divisa pro meu caminhar
[ No céu da fronteira bombeio as estrelas Remoendo as lembranças contidas no peito E fico sem jeito ponteando os lamentos Guardando as verdades que o mundo me ensina
Eu busco um sorriso nas léguas da estrada Topando a parada do embate da lida Matando a saudade das coisas do pago Num gole de amargo que é seiva de vida
Ah! Coração fronteiriço Me desculpe patrício se hoje os recuerdos me fazem chorar Ah! Ser feliz é preciso Talvez seja por isso, que a luz da lembrança não quer se apagar ]
Eu tenho nos olhos um brilho de estrela Que o céu da fronteira me deu pra guardar Procuro meus sonhos de um jeito sereno E firmo meu rumo sem medo de andar
Eu trago um retrato do céu da fronteira Pra quando a saudade quiser se achegar E vou despacito tocando pra frente Que a estrada é comprida e eu não posso parar