Já está na beira do abismo Nosso mundo, sem escora, Já foi tudo pro vinagre E não tem sinal de melhora, A sogra foge com o genro, O sogro foge com a nora; Velório já virou festa, No enterro ninguém chora.
O que é ruim está aumentando, O que é bom do mundo some, Honestidade e trabalho Não traz vitória pro homem. Se ficar o bicho pega, Se correr o bicho come, O escravo do trabalho Ganha o salário da fome.
O homem vive explorando A Lua, a Terra e o mar, Quantas crianças na rua Sem escola e sem um lar. Gastaram tanto dinheiro Fazendo armas de guerra:- -Daria pra fazer casa Pra todos pobres da Terra.
Falência e concordata, Filhas da maracutaia, Duas bruxas sem vassoura Estão levantando a saia; Velho chicote arrebenta No lombo do nosso povo, Descamisados ganhando No Natal chicote novo.
Quanta miséria na Terra, Fortuna explode no espaço, É este o final dos tempos, O mundo virou um bagaço. Nosso Pai que está no céu Deu a vida pelo povo: - Se voltar aqui na Terra, Vai morrer na cruz de novo.
Compositores: Lourival dos Santos (Lourival Santos), Jose Dias Nunes (Tiao Carreiro) ECAD: Obra #30417 Fonograma #1509537