Ontem ao Luar - (Choro e Poesia) Catulo da P. Cearense e Pedro de Alcântara
Ontem ao luar Nós dois em plena solidão Tu me perguntaste O que era a dor de uma paixão Nada respondi, calmo assim fiquei Mas fitando o azul Do azul do céu a lua azul Eu te mostrei, mostrando a ti os olhos meus Correr sem ti uma nívea lágrima e assim te respondi Fiquei a sorrir por ter o prazer de ver a lágrima Dos olhos a sofrer
A dor da paixão, não tem explicação Como definir o que só sei sentir É mister sofrer, para se saber O que no peito o coração não quer dizer
Pergunta ao luar, travesso e tão taful De noite a chorar na onda toda azul Pergunta ao luar, do mar a canção Qual o mistério que há na dor de uma paixão
Se tu desejas saber o que é o amor e sentir O seu calor o amaríssimo travor do seu dulçor Sobe o monte a beira mar ao luar Ouve a onda sobre a areia lacrimar Ouve o silêncio a falar na solidão do calado coração A pena a derramar os prantos seus Ouve o choro perenal A dor silente universal E a dor maior que é a dor de Deus
Se tu quiseres mais saber a fonte dos meus ais Põe o ouvido aqui na rósea flor do coração Ouve a inquietação da merencórea pulsação Busca saber qual a razão Por que ele vive assim tão triste a suspirar...a palpitar...desesperação A teimar de amar um insensível coração E a ninguém dirá No peito ingrato em que ele está Mas que o sepulcro fatalmente o levará
Compositores: Catulo da Paixao Cearence (Catulo da Paixao), Pedro de Alcantara Filho (Xerem) ECAD: Obra #643687 Fonograma #257898