Lá do campo de batalha o pracinha escrevia Pra sua noiva contando a saudade que sentia Como era examinada todas as cartas que saía Mandava boas notícias, a verdade não dizia
Um dia chegou uma carta, estava escrito, Lourdinha Eu estou bem de saúde e quando ler estas linhas Por não ter outro presente, junto com esta cartinha Tire o selo desta carta e guarde por lembrança minha
Tirou o selo e por baixo com sangue viu assinado Estou sem as duas pernas num hospital internado Lourdinha foi na capela rezar pro seu bem amado Pra que Deus mandasse ele mesmo que fosse aleijado
E quando a segunda carta a Lourdinha recebeu Tirou o selo depressa, com espanto percebeu Embaixo não tinha nada, rasgou o envelope e leu Que num hospital de guerra o seu amado morreu
Lourdinha ficou doente, pouco tempo mais durou Dois selos tão pequenino destruiu tão grande amor O primeiro trouxe o sangue com que seu noivo assinou E o derradeiro envelope foi a morte quem selou
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Euclides Fortuna (Pitangueira) (SBACEM), Jose Fortuna (Ze Fortuna) (UBC)Editor: Editora e Importadora Musical Fermata do Brasil Ltda (UBC)ECAD verificado obra #25931 e fonograma #259260 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM