Parece que o firmamento Se ajoelha e pede perdão Quando rezo esta oração Abraçado na guitarra Parece que o tempo esbarra E o mundo troca de ponta Quando meu canto reponta Minhas inquietudes mais potras Que se apartaram das outras Sem que eu me desse de conta
Por isso peço licença Pra cantar esta milonga Que peito adentro ressonga Quando a Vigüela soluça Numa pampeana escramuça Que ata um nó na garganta Do gaúcho de alma santa Já nascido com o destino De trazer o chão sulino Em cada verso que canta
Minha cantiga é baguala Porque traz xucros na estampa E traduz o idioma pampa Do garrão deste hemisfério Meu canto é a voz do gaudério Linguagem pátria de um povo Que sonha com um mundo novo E a ser livre se concentra Neste milênio que adentra No mais machaço retovo
Cantando sempre me agarro Ao que tenho e ao que sinto Não me engana o meu instinto Sou teatino mal costeado Pois quando é do meu agrado E uma ânsia se destaca Dou-lhe um nó de correr vaca Na cola do meu tordilho E depois que me enforquilho Só o santo padre me ataca
Compositores: Cesar Oliveira de Souza (Cesar Oliveira), Rogerio Andrade Vijagran (Rogerio Villagran) ECAD: Obra #876232 Fonograma #530928