Existem muitas boleadeiras silenciadas Pelos museus junto as lareiras dos galpões Já não viajam para o céu dessas canhadas Buscando o tombo dos alçados e fujões
Mas quando eu olho para o céu a poesia Encontra imagens e boleia para o verso E eu me dou conta de que alem das três maria Existe outra boleadeira no universo
Pedras gigantes para sempre acoleiradas Boleando o espaço em permanente rotação Foram da mão dos teus pampiano arremeçada Ao voo eterno e atemporal da criação
O sol, a terra e a lua Aos olhos de galileu A boleadeira charrua Rodando na mão de deus
Uma das pedras é de fogo construída Brilha com a força de um candeeiro desigual Que acende a chama na galáxia extendida Tal fosse a pampa o próprio espaço sideral
Tem a nanica que é a menor dessas três pedras Reflete a luz em seu retovo cor de prata Boleia a noite que pressente a própria queda Quando no cosmo a boleadeira se desata
Na outra pedra que viaja retovada Por água e terra o vento baila em escarcéu A vida teima em perpetuar-se renovada E o homem sonha quando olha para o céu