Sulino e Marrueiro

Rei da Invernada

Sulino e Marrueiro


Há muitos anos atrás
No interior que eu fui criado
Fui um dos melhor peão
Que existiu praqueles lado

Numa daquelas fazenda
Aonde eu fui empregado
Amestrei um potro preto
Que é para lidar com gado
Como rei das invernada
Ele foi considerado

Certo dia no mangueiro
Eu estava distraído
Um mestiço traiçoeiro
Me pegou desprevenido

Se não fosse o potro preto
Hoje eu era falecido
Como um raio ele enfrentou
O mestiço enfurecido
Mas eu fiquei um homem imprestável
E dali fui despedido

No lombo desse potranco
Fiz proezas importante
Mas no mundo, meus amigo
Nossa vida é um instante

Hoje velho e acabado
Igual um mendigo errante
Fui rever a minha terra
Pra lembrar os tempo de dantes
E vi uma triste passagem
Que me fez chorar bastante

Lá no matador da vila
Eu vi o rei da invernada
De caminho para o corte
Por já não valer mais nada

Eu chamei ele pro nome
Com a alma amargurada
Ele ainda relinchou
De cabeça levantada
Parece até que relembrou
A nossa vida já passada

Sem nada poder fazer
Praquele que me salvou
Meus olhos viram chorando
Quando ele no chão tombou

Às vezes chego a pensar
Que não existe mais amor
Como pode um homem rico
Que não tem mais onde pôr
Vender pro corte um animal
Que tanto serviço prestou

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Compositores: Francisco Gottardi (Sulino), Teddy Vieira Azevedo (Teddy Vieira)
ECAD: Obra #24765 Fonograma #258850

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