Lá nos confins do meu norte No chão da velha Bahia Baiano de muita raça Veio do nada e subia
Tinha casa na cidade E armazém e moradia Fazenda com muito gado Que de vista se perdia Um baú com prata e ouro Aumentava seu tesouro Sua fortuna crescia
Sofrendo do coração A morte lhe perseguia Igual um bravo gigante Da luta ele não corria
Quando saía de viagem Sua esposa prevenia Eu vou fazer um pedido Se longe eu morrer um dia Não me deixe em outro estado Eu quero ser enterrado No chão da minha Bahia
Se você não me atender Por maldade ou tirania Você pagará com juro O preço da covardia
Porém em sua longa viagem O baiano não sabia O calendário da morte Estava marcando o seu dia Ele morreu na batalha Foi um herói sem medalha Triste fim não merecia
No coração da viúva Só maldade residia A ingrata nem rezou Missa de sétimo dia
Pensando que muito breve Com outro se casaria Aquele grande tesouro Nem Deus do céu destruía Com atitude desumana Dizia a fera tirana Isso mesmo que eu queria
Castigo vem à cavalo Ligeiro igual ventania Armazém desceu as portas Sumiu toda a freguesia
Bateu doença no gado Toda a boiada morria Igual o gelo no sol A fortuna derretia A mulher virou um farrapo Embrulhada em velhos trapos Teve o fim que merecia
Compositor: Lourival Dos Santos/Sebastião Victor/Arlindo Rosas