Tião Carreiro & Paraíso

Pagode do Pai Tomé

Tião Carreiro & Paraíso

Prato do Dia


Tá chovendo e não tem lenha
Tão chorando e não tem lenço
Mas pra tudo nós dá jeito
Vou mostrar como é que eu penso

Faço a viola virar lenço
E faço o pranto secar
Meu pagode é uma lenha
Nós ascende o fogo é já

Eu já subi de canoa
Remando na cachoeira
Lá no mar a meia-noite
Acendi uma fogueira

Pai Tomé, meu protetor
Aumentou a força minha
Quem pra mim puxou espada
Se matou com a bainha

Prepararam uma bomba
Pra mandar eu pro espaço
Colocou no meu caminho
No lugar por onde eu passo

Coitado não teve sorte
Ele que virou bagaço
A bomba explodiu nas mãos
De quem quis parar meus passos

Compraram espingarda nova
Deram banho de guiné
Mandaram benzer o cartucho
Mas eu tenho o Pai Tomé

Me atiraram pelas costa
Nem assim pode acertar
Amanhã vai ser o enterro
De quem não soube atirar

Quatro, cinco despeitados
Fizeram mesa redonda
Entraram num copo d'água
Tão querendo fazer onda

Quem fez guerra contra mim
Sua espada derreteu
Virou defunto sem choro
Quem dá Ibope sou eu

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Compositores: Jose Dias Nunes (Tiao Carreiro), Lourival dos Santos, Carlos Alberto Mangabinha Ribeiro (Mangabinha)
ECAD: Obra #46247 Fonograma #3257276

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