Tião Carreiro & Paraíso

Sertão Vazio

Tião Carreiro & Paraíso

Homem Até Debaixo D'Água


Sertão vazio gigante adormecido
Coração ferido por golpes fatais.
Ninho sem ave jardim sem flor
Começo de dor final de uma paz.
No seu recanto cheio de tristeza
Chora a natureza o riacho murmura.
Vivo na cidade sou um pobre coitado
Longe do roçado colhendo amargura.

Os donos do mundo com golpes vibrantes
Meu sertão gigante fez adormecer.
Velhas tradições caíram pra sempre
Ficando somente a brisa a gemer.
Descendo serra entre verde mato
Soluça o regato despertando a fonte.
Até a lua que era risonha
Parece tristonha lá no horizonte.

Sertão vazio devagar vai morrendo
Em silêncio sofrendo a destruição.
Igual tecido desfeito em retalho
Gotas de orvalho sumindo no chão.
Lágrimas de sangue derramando eu vejo
Muitos sertanejos com alma ferida.
Meu sertão vazio dorme soluçando
Acorda chorando nas manhãs sem vida.

Aqui bem distante um grande desgosto
Sentindo no rosto meu pranto cair.
Sertão vazio é um reinado sem rei
Seu nome gritarei pra cidade ouvir.
As grandes cidades sem agriculturas
E ninguém segura tua marcha-ré.
Querido sertão poderosa raiz
Sem você meu país não aguenta de pé.

Compositores: Jose Dias Nunes (Tiao Carreiro), Antonio Fernandes da Silva (Toninho), Ivanildo Rosa de Souza (Arlindo Rosa)
ECAD: Obra #142207 Fonograma #666012

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