Sertão vazio gigante adormecido Coração ferido por golpes fatais. Ninho sem ave jardim sem flor Começo de dor final de uma paz. No seu recanto cheio de tristeza Chora a natureza o riacho murmura. Vivo na cidade sou um pobre coitado Longe do roçado colhendo amargura.
Os donos do mundo com golpes vibrantes Meu sertão gigante fez adormecer. Velhas tradições caíram pra sempre Ficando somente a brisa a gemer. Descendo serra entre verde mato Soluça o regato despertando a fonte. Até a lua que era risonha Parece tristonha lá no horizonte.
Sertão vazio devagar vai morrendo Em silêncio sofrendo a destruição. Igual tecido desfeito em retalho Gotas de orvalho sumindo no chão. Lágrimas de sangue derramando eu vejo Muitos sertanejos com alma ferida. Meu sertão vazio dorme soluçando Acorda chorando nas manhãs sem vida.
Aqui bem distante um grande desgosto Sentindo no rosto meu pranto cair. Sertão vazio é um reinado sem rei Seu nome gritarei pra cidade ouvir. As grandes cidades sem agriculturas E ninguém segura tua marcha-ré. Querido sertão poderosa raiz Sem você meu país não aguenta de pé.
Compositores: Jose Dias Nunes (Tiao Carreiro), Antonio Fernandes da Silva (Toninho), Ivanildo Rosa de Souza (Arlindo Rosa) ECAD: Obra #142207 Fonograma #666012