Foi depois de um retosso, num surungo crenudo Lá me fui macanudo, nem o diabo me ataca Da minha guampa algum trago pra esquentá a garganta Na garupa percanta, vou batendo matraca Eu já meio floreado, laçado a meia esparda Mas pra mim pouco importa, tamanho da ressaca Apertando a tibúrcia, iguar queijo no cincho Desdobrando o bochincho, vou batendo matraca
Batendo matraca, me voi estrada afora Retinindo as esporas no tranco do mouro Cantando as vanera do baile da esquina Do cheiro da china, mas bah companheiro grudadito no couro
"Batendo matraca, fui dando bote, que nem gambá nas galinhas"
Se arrastou pro meu rancho, pra ela fiz a proposta Vem cumê cosa grossa, sarabuia e mandioca Num fundo de campo, o lugar é um capricho Pra morar e criar bicho, pra ti bater matraca Admiro a coragem, de uma china gaudéria Arresorvida e séria, que num macho se atraca Lá se vai na garupa, dum xirú macanudo Desses peão bem cuiúdo, batendo matraca
Batendo matraca, me voi estrada afora Retinindo as esporas no tranco do mouro Cantando as vanera do baile da esquina Do cheiro da china, cosa buena, tchê grudadito no couro
" De quando em vez, dou uma volta na macega, dou-lhe um beijo num cantil de cabreúva de primeira. E pra tirar o cheiro da cachaça de barril, mastigo bem uma fôia de pitangueira, esvazio a bexiga trato um pente na gadeia, xirú veterano sabe o carrero das paca. Vorto pra sala atuacola numa dança enrrolado nas trança, vamo batendo matraca".
Se deu isso comigo, num surungo da esquina Fim do baile uma china, na minha frente se empaca A tirei da garupa, do meu mouro carancho Foi comigo pro rancho, pra bater as matraca Me boleei lá no rancho, no rincão do sossego Fui resvalando os pelêgos e afrouxando a guaiaca Me grudei no perqueta, que já estava incendiando No borraio rolando, fomo batendo matraca.
por nelson de campos
Compositores: Jorandir Pereira de Souza (Xiru Missioneiro), Pedro dos Santos Bica (Pedro Bica) ECAD: Obra #17241357 Fonograma #30984