Uma porteira que existia onde eu morava Quando a noitinha chegava, ali toda a vizinhança Contando estórias ao luar se reuniam Junto a porteira que um dia viu raiar a minha infância Ficava ao lado de uma estrada boiadeira A batida da porteira ecoava no sertão Ecos que ainda permanecem em meus ouvidos No estradão de chão batido, chão de minha solidão Como a porteira que eu fechei lá no estradão Outra porteira dentro do meu coração Hoje divide meus caminhos desiguais Que se fechou no triste adeus do nunca mais Porteira velha no caminho de meus passos A batida de seus braços em seu peito de madeira Foi a divisa da infância prá mocidade No batente da saudade ficou marcas derradeiras Na outra banda eu deixei o meu passado E chorando deste lado arrasto a cruz do presente Presente triste de chegadas e partidas Onde a porteira da vida deixou marcas no batente Como a porteira que eu fechei lá no estradão Outra porteira dentro do meu coração Hoje divide meus caminhos desiguais Que se fechou no triste adeus do nunca mais
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Jose Fortuna (Ze Fortuna), Joao Doracio (Carlos Cesar), Osvaldo Bettio ECAD: Obra #89259 Fonograma #710714