Preparei as fantasia pra brincar no carnavá Quis me fantasiar de poste pra ninguém desconfiá
("Depois eu pensei, de poste não dá Porque um cachorro pode se enganá E vir pro meu lado querendo encostá Que baita friage que eu ia tomá Não, essa não dá não")
("Vamo mudá de fantasia? ")
("Vamo lá")
Fantasia de galinha tinha feito pra usá Mas depois tive pensando as galinha passam má
("Se alguém me agarrasse pra me cozinhá Botava eu na água pra me depená Pior se eu cismasse de um ovo chocá Ficava no ninho até enferrujá Ai Jesus, que azá")
("Vamo mudá")
Quis me fantasiar de vaca para o povo eu assustá Os cordão carnavalesco eu queria avacaiá
("Depois eu pensei, de vaca não dá Porque se um bezerro me visse por lá Pertinho de mim garrava berrá E como eu fazia pra lhe consolá? Eu hem? Eu não sou babá")
Eu pensei em fazer também fantasia de jorná ("Essa dá") Enrolado nos papér eu saía passeá
("Depois eu pensei, papér não vai dá Porque eu dançando garrava suá O papér moiava, pegava a rasgá Em traje de Adão eu ia fica Ai que vergonha, pessoá. Sai pra lá Vamo vê a mulata agora")
Fantasia de mulata tinha mandado arrumá Mas depois fiquei com medo se argum português por lá
("Me visse dançando pegava encostá Torcendo os bigode que nem tamanduá Depois se ele cisma querê me beijá Que aperto danado que eu ia passa Sai pra lá seu Vardemá. Vai pra Portugá")