Zé Carreiro e Carreirinho

Oceano da Vida

Zé Carreiro e Carreirinho

500 Anos de Brasil


Vejo no espelho o meu rosto envelhecido
Qual oceano após a sanha de um tufão
A espuma branca são meus cabelos grisalhos
Minha calvice é a praia da ilusão

As minhas rugas são as ondas traiçoeiras
Que se avolumam com os fortes vendavais
Meus olhos fundos são dois barcos naufragados
Que sobre as ondas não emergem nunca mais

Meus lábios frios já quase mornos
Têm sido o porto anos atrás
Onde atracavam lábios ardentes
Hoje só resta a solidão do cais

Velhos amores para bem longe voaram
Como gaivotas que perdem sobre o mar
A mocidade ficou longe como as rochas
Onde só as ondas da saudade vão beijar

Vagando como um navio que perde o rumo
Não encontro o cais onde eu consiga me ancorar
É tão pesada a bagagem dos meus anos
Que esta fazendo minha vida naufragar.

Meus lábios frios, já quase mornos
Têm sido o porto anos atrás...
Onde atracavam lábios ardentes,
Hoje só resta a solidão no cais!!!

Lucier

Compositor: Jose Fortuna (Ze Fortuna)
ECAD: Obra #34119 Fonograma #12699353

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