Rompe a vida pelo bico de um "galito" em clarinada A sogueira madrugada volteia a tropa dos astros... Quando lavam-se as caúnas e enlobunam-se os braseiros A lida estriva os campeiros pra seguir batendo cascos!
Centauros em fletes buenos bebem o sereno da aurora Guizos de laços e esporas sonorizam invernadas... Singrando campos dobrados entronados nos "recaus" De longe, parecem naus, formando "gauchas" esquadras
O tranco largo das horas atora o dia no meio... Com pingos mordendo freios e as bocas secas por mate! Pra estância marcham papeando, pauseando a campereada Depois da bóia, a sesteada! E a vida volta ao embate
Com a sombra seguindo a bota sobre a escolta de ovelheiros Alçam a perna os campeiros que á tarde tem mais labuta Aparte, banho, "bichera", ovelha e vaca parindo Arame quase caindo! Na certa tem reculuta!
Quando o sol completa a via e o dia fecha o rodeio Homens, cachorros e arreios retornam aos galpão das casas, A alma volta aos tições dos galpões chimarroneiros E acordes chamameceiros carregam coplas nas asas
A noite emponcha as "cunheras" e as estrelas descem ao campo Plasmadas nos pirilampos, nos olhos dos animais Vêm sarandear nos luzeiros dos candeeiros pacholas, Vêm descansar nas esporas que guardam a dor dos baguais.