Face da Morte
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Mudar O Mundo

Face da Morte

Face Da Morte - Ao Vivo


Adriana tem muita gente que diz que é impossível
Mas eu acredito sempre
Que mudar o mundo é possível sim!

Mudar o mundo é impossível é o que a maioria diz
Engole a dor, engole o ódio e tenta ser feliz
Muitas vezes já pensei sinceramente em desistir
Nessas idas e vindas da minha vida
Certo dia numa esquina
Fui separar uma briga, dois moleques de rua
Roupa velha toda suja, naquela calçada imunda
Retrato do descaso, produto da miséria
O clima se acalmou e nos trocamos uma idéia
No final perguntaram quem eu era
Sou aliado g do grupo face da morte
Graças a deus tenho família mano eu tive outra sorte
Aí o moleque cantou um trecho do tático cinza
E perguntou pra mim: você já fez show lá em Brasília?
Eu respondi que sim, ele todo sorridente
Então quando voltar lá leva um recado ao presidente
Pra não deixar mais a polícia vir aqui bater na gente
E mandar comida pro sertão
que o povo tá passando fome
Aqui a gente se vira roubando bolsa de madame
então vi os olhos dele brilhar
Mesmo sem ter um lugar pro coitado se abrigar
Do frio e da chuva, apesar
De sua coberta ser a lua ele é o futuro da nação
É a esperança deitada numa cama de papelão
Que divide a calçada com os vira-latas
Que atravessa as madrugadas geladas
e tem amor no coração
E ainda pensa na fome dos irmãos do sertão
Infelizmente essa é sua rotina
Dessa maneira leva a vida até a próxima chacina
Ele é apenas mais um que o imperialismo extermina
É por essa e outras que eu não posso parar
Preciso continuar minha luta contra isso
Já sei qual o caminho
Já conheço o inimigo
Tô ligado sangue bom também sou cheio de defeitos
Mas não posso me cansar
porque não tenho esse direito!
Eu não posso me cansar
Porque não tenho esse direito

Ninguém aqui tem esse direito sabe por quê?
Nós temos esse momento aqui porque um dia
Brasileiros foram as ruas, lutaram
Protestaram, o povo derrubou a ditadura
O povo já tirou até presidente
Porque não mudar o mundo?
O meu parceiro aliado g
Tem alguma coisa a falar sobre o presidente
Aliado g o povo quer saber maluco
Fala um pouco aí desse cara

Eu acho que realmente o presidente
Pensa que o povo passa fome só de sacanagem
Só pra derrubar sua popularidade
Realmente ele é um covarde!
Quando Cabral chegou, gritou: "terra a vista... "
Puta que pariu, hoje é a prazo que ele vende o Brasil!
Às vezes eu paro e reparo, começo a pensar
Refletir sobre essa guerra e analisar os fatores
Geradores da miséria
Não tem como não esbarrar na questão agrária
Uma senhora certa vez me perguntou se eu era
A favor dos sem terras,
"Mas é claro que sou, com muito orgulho"
Ela me disse, "Eu também não sou contra,
mas pra que tanto barulho, bagunça?
Eu acho que eles agem errado"
Quem tem dinheiro não conhece o desespero
Que existe por ai tipo lá no piauí
Do oiapoc ao chuí... é fácil para julgar
Quero ver a senhora ficar três dias sem comer
Sua barriga vai roncar aí vai ser outro barulho
Que vai te incomodar
Você morre de fome ou vai roubar
De repente se pá vai tirar sua bunda gorda do sofá
Vai correr junto com caras para também se manifestar
Me desculpe sangue bom eu preciso desabafar
Minha tristeza minhas dores
Eu consigo extravasar através das lágrimas
Até mesmo num sorriso
É o que eu carrego comigo são as dores dos outros
Disposição até o osso não me falta pra lutar
Não sou exagerado por pensar desse jeito
Sou um doido sonhador que busca um mundo perfeito
Tô ligado sangue bom também sou cheio de defeitos
Más... eu não posso me cansar
porque não tenho esse direito
Eu não tenho esse direito!

Um país onde o aposentado é chamado de vagabundo
Onde pessoas querem somente
Um pedaço de chão pra trabalhar
Infelizmente é assim é o brasil!
Pra onde a nossa nação vai?
Pra onde o nosso país vai?
Aí aliado g fala um pouquinho ai

Será que alguém pode me esclarecer
O que se faz com um bilhão
que um milhão não possa fazer?
Só pode ser... essa ganância elitista
Somos o maior país da Ámerica latina!
Mas fazemos tudo errado
Somos o maior e temos o menor salário
A Ámerica do norte quando libertou os escravos
Ainda deixou 40 alqueires e uma mula aos humilhados
Más por aqui como sempre a ganância vem primeiro!
Rapidinho, rapidinho aprovaram a lei vergueiro
Para fuder como os poceiros
Garantindo a terra título e não pela ocupação
Aí libertaram os escravos e jogaram na miséria
Criando assim nossos primeiros sem terras!
Oque um dia foi quilombo hoje em dia é favela
Estabelecida sobre a terra
Mais abaixo da miséria infelizmente
É o que sobrou pra nossa gente
Para mim a favela é um acampamento permanente
Que ainda não se organizou politicamente, francamente
É um absurdo ver o povo vivendo a beira de tudo
E não ter acesso a nada
Vivendo em meio às cruzes,à beira da estrada
Movimentada por onde passa quem tem a onde ir
Não sei como mesmo assim encontram forças pra sorrir
São brasileiros tanto quanto eu e você
Só querem terra pra plantar o que comer
São puxadores de inchada
que infelizmente não tem pátria seu moço
Se deus não tiver dó, amanhã não tem almoço
É impossível ver isso tudo e me fingir de cego e surdo
Sozinho é impossível então vamos todos juntos
Se cada um de nos fizer sua parte
A gente muda esse mundo
Tô ligado sangue bom também sou cheio de defeitos
Mas não posso me cansar eu não tenho esse direito!

Compositor: Erlei Roberto de Melo (Aliado G)
ECAD: Obra #562536 Fonograma #29362489

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