Tava sentado nococho pondo corda na viola Quando baixou uma bola Enorme espranteceu Eu fiquei tão assustado que a viola até caiu Quando de dentro surgiu Um sujeito repelente Fz uma baita careta que eu julguei ser um sorriso Me disse não é preciso Que se assuste boa gente Vai haver um desafio no espaço sideral E o rei mandou vir buscar Por ser um bom concorrente
Joguei meu chapéu na nuca, já fiquei meio atrevido Olhei pro desconhecido Já o achei atraente Só falar em desafio meu coração sapateia E a coisa que é mais feia Pra mim já fica descente Peguei as cordas e o pinho, pulei pra dentro do disco E falei para o nanico Toque essa coisa pra frente Vou mostrar como se quebra violeiro marciano Enquanto isto vai voando Eu adianto o espediente
Acabei de por as cordas e o trem já foi pousando Eu já desci afinando E saudei aquela gente Na base do recortado comprimentei o chefão Cantando pra multidão Conquistei o ambiente Começou o tal torneio só vi viola tinindo Foi cantando e foi saindo Quem não aguentava o batente Ficou pra me combater só o campeão de Marte Tive que usar muita arte Pra não perder pro cliente
Cantei dois dias seguidos e o caboclo me acuando Mas acabei me safando E saindo pra tangente Numa moda de abaquei acabei com o individuo Cantei mais alguns corridos Emboladas e repentes Dei uns versos de lambuja e passei a mão na taça Eles não acharam graça Mas eu sai sorridente Sai no rumo da Terra como sempre vencedor Não que seja um falador Mas sou forte realmente
A nave voltou pro espaço levando um recado meu Pra não esquecer da moda que esta vitória me deu Diga pro nanico quem falou fui eu Gato de três cor ainda não nasceu Quem dirá campeão pra quebrar eu
Compositores: Adauto Ezequiel (Carreirinho), Antonio Joaquim do Prado ECAD: Obra #1919266 Fonograma #1656327