Zé Carreiro e Carreirinho

Canário Dourado

Zé Carreiro e Carreirinho


Gosto de cantar de viola
Nasci pra ser cantador
Mas não gosto de lembrar
Certos tempos que passou
Quantas noitadas alegres
Que este peito já cantou
Minha doce mocidade
Que tão cedo me deixou
Parece que foi um sonho
Uma nuvem que passou

Não consigo me esquecer
Um rostinho encantador
Tinha boquinha pequena
Parecia uma flor
Cabelos preto ondulado
Olhos negros matador
Adormeci em seus braços
Acariciando o seu amor
Por que que o tempo é assim
Por que o tempo não parou?

Já viajei de avião
De trem de ferro e vapor
Conheci todos os estados
Capitais e interior
Minha voz dentro do peito
O Supremo conservou
Sou igual um vinho tinto
Que a natureza guardou
Quanto mais velho melhor
Mais aumenta o sabor

Tenho que morrer cantando
É um dom que Deus deixou
Pra cantar sou igual cigarra
Numa tarde de calor
Todo mundo me quer bem
Dou graças ao Criador
As meninas do meu bairro
Até meu nome mudou
Eu sou canário dourado
Sou o rei dos cantador

Compositores: Adauto Ezequiel (Carreirinho), Benedito Francisco Alves (Ze Matao)
ECAD: Obra #1919267 Fonograma #1654993

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