Zé Carreiro e Carreirinho

Gostosura

Zé Carreiro e Carreirinho


(“Aprendi beber cachaça
Não sei se é luxo ou castigo
Depois que tomei o gosto
Quero deixar, não consigo

A calçada é minha cama
O sereno é meu abrigo
Mas se eu tenho opinião
É dessa forma que eu vivo
Eu acabo com a cachaça
Ou ela acaba comigo!”)

A cana é um alimento
Mais rico da agricultura
Da cana se faz açúcar
O melado e a rapadura

Da cana se faz a pinga
Tanto mata como cura
Mesmo assim eu gosto dela
Não agüento a gostosura

Bebo pinga com limão
De preferência bebo pura
Eu já estou acostumado
Eu topo qualquer mistura

Bebo de dia e de noite
Noite clara e noite escura
Só que eu fico muito alegre
Não agüento a gostosura

O viciado na cachaça
Tem que ter a cara dura
Às vezes não tem dinheiro
Ele deixa na pindura

Se amanhece de ressaca
Com a pinga mesmo ele cura
Por isso que eu bebo pinga
Não agüento a gostosura

Quem não conhece a cachaça
Não cometa esta loucura
A cachaça é igual a água
Tanto bate até que fura

Eu só deixo de beber
Quando eu for pra sepultura
Enquanto for vivo eu bebo
Não agüento a gostosura

O homem que bebe pinga
O povo todo censura
A mulher do cachaceiro
Leva a vida de amargura

O caboclo fica inchado
Pensando que é gordura
Se quiser inchá que inche
Não agüento a gostosura

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Compositor: Adauto Ezequiel (Carreirinho)
ECAD: Obra #1919305 Fonograma #1594481

Letra enviada por Pedro Paulo Mariano

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