Dizem que a muitos anos atrás Num lugar existia um sujeito Era um velho e tinha três filhos Um era nó cego, dois eram direitos Como era apegado ao dinheiro Reuniu os filhos e um trato foi feito Quando a morte vier me buscar Um tanto em dinheiro vocês vão me dar Eu quero levar ao derradeiro leito
Certo dia o velho adoeceu Durou pouco, tão logo se foi Os dois filhos que eram direito Pra arranjar dinheiro venderam seus bois O nó cego foi dando um jeitinho De passar a unha na grana dos dois Sob as mãos do velho no caixão Cada um dos dois colocou um milhão O nó cego disse, eu coloco depois
Já pertinho da hora do enterro O nó cego falou aos irmãos Pois eu acho que não vai dar certo Nosso pai levar dinheiro no caixão Alguém pode ver ele saindo Com esse pacote de nota nas mãos Meu cheque é de três milhões e pouco O que vocês deram eu pego de troco Assim eu evito atrair o ladrão
Sepultaram o corpo do velho Num buraco bastante profundo O nó cego ficou satisfeito Por ter conseguido enganar todo mundo Quando foi pelas tantas da noite O velho voltou e falou num segundo No inferno abri uma poupança Passe o dinheiro senão você dança O diabo não quis o seu cheque sem fundo