Marcos Violeiro e Cleiton Torres

Cheque Sem Fundo

Marcos Violeiro e Cleiton Torres


Dizem que a muitos anos atrás
Num lugar existia um sujeito
Era um velho e tinha três filhos
Um era nó cego, dois eram direitos
Como era apegado ao dinheiro
Reuniu os filhos e um trato foi feito
Quando a morte vier me buscar
Um tanto em dinheiro vocês vão me dar
Eu quero levar ao derradeiro leito

Certo dia o velho adoeceu
Durou pouco, tão logo se foi
Os dois filhos que eram direito
Pra arranjar dinheiro venderam seus bois
O nó cego foi dando um jeitinho
De passar a unha na grana dos dois
Sob as mãos do velho no caixão
Cada um dos dois colocou um milhão
O nó cego disse, eu coloco depois

Já pertinho da hora do enterro
O nó cego falou aos irmãos
Pois eu acho que não vai dar certo
Nosso pai levar dinheiro no caixão
Alguém pode ver ele saindo
Com esse pacote de nota nas mãos
Meu cheque é de três milhões e pouco
O que vocês deram eu pego de troco
Assim eu evito atrair o ladrão

Sepultaram o corpo do velho
Num buraco bastante profundo
O nó cego ficou satisfeito
Por ter conseguido enganar todo mundo
Quando foi pelas tantas da noite
O velho voltou e falou num segundo
No inferno abri uma poupança
Passe o dinheiro senão você dança
O diabo não quis o seu cheque sem fundo

Compositores: Marcos Candido Leal (Marcos Violeiro), Rubens Simoes Sergio (Rubens Simoes)
ECAD: Obra #17035983 Fonograma #3354320

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