Há quanto tempo eu não vejo uma boiada A passo lento nas estradas do sertão Há muito tempo não escuto em meus ouvidos O repicar de um berrante no estradão
Não ouço mais o grito da peonada Em desespero num estouro de boiada Há muito tempo deixei de ser boiadeiro Porque a idade me tirou lá das estradas
Era uma boiada Pisando firme na areia do estradão Hoje é saudade Que vai pisando o meu pobre coração
Meu velho laço tá guardado num cantinho Minha guaiaca não é mais meu cinturão O meu chapéu pendurei atrás da porta O meu arreio tá jogado no porão
Mas no meu peito eu guardei essa saudade Daquele tempo de peão de boiadeiro Que fui feliz montado em um cavalo Tocando boi por esse chão brasileiro
Era uma boiada Pisando firme na areia do estradão Hoje é saudade Que vai pisando o meu pobre coração
Olho no espelho meu passado refletindo Vejo o vermelho da poeira em meu rosto Também me vejo com chapéu de aba larga E o meu lenço amarrado no pescoço
Aí então sinto as lágrimas caindo Chora saudade que em meu peito dói demais No mesmo espelho vejo passar minha vida Vida de peão que não volta nunca mais
Era uma boiada Pisando firme na areia do estradão Hoje é saudade Que vai pisando o meu pobre coração
Compositores: Marcos Candido Leal (Marcos Violeiro), Jose Wilson de Oliveira (J. Wilson) ECAD: Obra #2856643 Fonograma #6018754